Saída à francesa no Brasil



PUBLICADO POR: EDITOR 17 DE MARÇO DE 2017 - Correio Braziliense



Há muito tempo as empresas brasileiras têm se manifestado a respeito das péssimas condições para empreender no país. Os tributos, o descaso, o desrespeito, a incompreensão que sofrem os empresários no Brasil nunca foram tão levados a sério como agora. O motivo é que uma multinacional francesa endossou o discurso e ameaçou levar seus negócios daqui.



O alerta feito pela Fnac nas últimas semanas preocupou não só a mão de obra empregada pela empresa, mas todos os empreendedores do ramo de Tecnologia da Informação. Apesar negar mensagens que circularam nas redes, o CEO da companhia europeia no país, Arthur Negri, admitiu dificuldade para continuar os negócios no Brasil. Segundo o presidente, será necessário encontrar um sócio ou acionista que ajude nos aspectos financeiros.



A extorsão da iniciativa privada por meio da carga tributária elevadíssima chegou ao limite. Não é de hoje que tentamos abrir o mercado e inserir o país no ranking de competitividade internacional, mas a resposta que obtemos é sempre a mesma: o Brasil é um país muito duro, muito difícil, o pior para se fazer negócios.



Os empreendedores estrangeiros não conseguem acompanhar a dinâmica da tributação. Semana passada, ao conversar com empresários de outros países, três, de diferentes nacionalidades (inglesa, espanhola e israelense), confessaram esta percepção que têm, sobre fazer negócios com o Brasil. São taxações nacionais, estaduais e locais. Impostos sobre serviços e produtos que também são cobrados do consumidor. Impostos que incidem sobre impostos. Os preços são abusivos, desnecessários, inexplicáveis – apesar da moeda fraca. Não conseguimos competir dessa forma!



A saída da Fnac do país ainda não é certa, mas a possibilidade de enfrentar mais essa debandada deveria ser analisada com parcimônia pelo Governo Federal. São companhias áreas, instituições bancárias, concessionárias de transporte coletivo, montadoras de automóveis e lojas de departamento… todas ameaçam ou confirmam pouco a pouco que deixarão de operar no país.



Além da perda com impostos, a Indústria local não será capaz de absorver a mão de obra dispensada. Na Indústria da Informação, temos dados de startups que conseguiram empregar mais de 9 mil pessoas apenas no Distrito Federal e mais de 300 mil no país. Porém, as grandes empresas precisaram crescer nesses anos difíceis de crise. Muitas enxugaram substancialmente o quadro de funcionários.



Os dados ainda não causaram impacto suficiente para alterar as estatísticas de crescimento do setor. No entanto, uma retirada em massa das empresas internacionais do país terá exatamente este impacto. Se esse capital estrangeiro é retirado do Brasil, nós, empresas nacionais, perderemos, seja na econômia, seja na política, pois já é comprovado que o Governo não dá o devido valor à produção nacional.



Na mesma linha, o mercado global deixará de ter pretensão de entrar ou permanecer num país onde a iniciativa privada é tratada com tamanho desrespeito e falta de pudor nas cobranças.



A imagem comercial do Brasil no exterior não nos permite o desfrute de piorar a situação dos empresários. O movimento deveria ser oposto. Estamos expulsando nosso bote salva vidas. Temos um imenso potencial na Indústria local, mas esse desenvolvimento só foi possível graças às alianças e parcerias com a expertise estrangeira. Não somos um setor que compete entre si a ponto de ignorar a relevância da sinergia. Somos complementares. Queremos que a Fnac fique e queremos que o mundo traga para o País o melhor que tiver em TI. Só assim seremos realmente reconhecidos com merecemos. Só assim sairemos do buraco para o qual fomos empurrados. Mas, o sinal amarelo está aceso!



Link Publicação:http://nbnbrasil.com.br/2017/03/13/informacao-tecnologia-saida-a-francesa-no-brasil/


*Ricardo de Figueiredo Caldas - presidente da Telemikro e do Sindicato das Indústrias da Informação do Distrito Federal

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